sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

DESVENDADA ORIGEM DE MISTERIOSAS ONDAS DE RADIO NO ESPAÇO




 
© picture-alliance/dpa/D. Futselaar
  A origem do misterioso fenômeno das Rajadas Rápidas de Rádio (Fast radio bursts, em inglês), conhecido por astrônomos há cerca de dez anos, foi finalmente decifrada, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (04/01) pela publicação científica Nature.
 
 

As rajadas, breves ondas de rádio que atingem a atmosfera terrestre em frequência irregular, se caracterizam por cargas extremamente pequenas de radiação e costumam durar menos do que um piscar de olhos. Elas podem emitir num milissegundo a mesma quantidade de energia que o Sol emite em 10 mil anos.
Somente há pouco mais de quatro anos os astrônomos conseguiram medir as rajadas com precisão. Uma equipe liderada pela pesquisadora Laura Spitler, do Instituto Max-Planck para Radioastronomia em Bonn, na Alemanha, analisou o fenômeno ocorrido no dia 2 de novembro de 2012, utilizando o radiotelescópio de grande porte Arecibo, em Porto Rico.
Desde 2007, 18 rajadas rápidas de raio foram registradas, mas apenas a observada pela equipe de Spitler ocorreu de forma repetida. Mas, um problema ainda permanecia: a curta duração do fenômeno tornava difícil estabelecer a origem das ondas de rádio.
Recentemente, Spitler – junto a uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos – encontrou uma indicação importante sobre a origem do fenômeno numa distante galáxia anã. Segundo o estudo publicado pela Nature, a origem do fenômeno estaria a cerca de três bilhões de anos-luz da Terra.
Os astrônomos utilizaram o radiotelescópio Very Large Array ("Espectro muito amplo", em tradução livre) do observatório de radioastronomia Karl G. Jansky, no estado americano do Novo México. Não se sabe ainda, porém, que processo numa galáxia anã produz rajadas de radiação tão fortes. Os astrônomos especulam que elas resultem de uma fusão de duas estrelas de nêutrons ou ainda sejam geradas por um buraco negro de grandes proporções.
A descoberta, ainda que não esclareça por completo o fenômeno, elimina definitivamente uma teoria que circulava nos meios científicos: alguns pesquisadores acreditavam que a origem das rajadas estaria na nossa galáxia, a Via Láctea. Mas, como observou Casey Law, astrônomo da Universidade de Berkeley e coautor do estudo, "isso [as rajadas] não é algo que ocorre em nosso quintal".

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