O general de Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa afirmou que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) deixar Luiz Inácio Lula da Silva solto, estará agindo como “indutor” da violência entre os brasileiros, “propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la”.
Lessa foi além. Disse que, se o tribunal permitir que Lula se
candidate e se eleja presidente, não restará outra alternativa do que a
intervenção militar.
“Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida
de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada
restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá.”
As declarações de Lessa se inserem na onda manifestações de oficiais
generais da reserva contra a concessão de habeas corpus para impedir a
prisão de Lula e a possibilidade de o petista se candidatar à
Presidência.
“Nosso objetivo principal nesse momento é impedir mudanças na lei e
colocar atrás das grades um chefe de organização criminosa já julgado e
condenado a mais de 12 anos de prisão que, com o respaldo desse supremo
fortim (o STF), tem circulado livre e debochadamente por todo o
território nacional, contando mentiras, pregando o ódio e a luta de
classes”, escreveu o general Paulo Chagas, que é pré-candidato ao
governo do Distrito Federal.
Lessa já havia se manifestado na semana passada à Rádio Bandeirantes,
de Porto Alegre, quando também foi enfático. Disse que a confrontação
não será pacifica.
“Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente
receia.” E acrescentou que essa crise “vai ser resolvida na bala.” Nesta
segunda-feira, 2, à reportagem, disse: “O que querem no momento é
abdicar da Justiça e fazer politicagem na mais Alta Corte do País.”
Lessa foi comandante militar do Leste e da Amazônia e presidiu o
Clube Militar. “Vejo o general Villas Bôas (comandante do Exército)
preocupado com a estado atual e defendendo solução pela via democrática,
constitucional, pois a interferência das Forças Armadas, sem dúvida,
vai causar derramamento de sangue".
“No mesmo sentido, Chagas afirmou que se “as Forças Armadas se
julgarem na obrigação de agir, haverá muito mais sangue do que o das 60
mil vítimas anuais da violência, porque, dessa vez, somam-se aos
interesses globalistas, políticos e ideológicos, os do crime
organizado.”
O Exército informou que as declarações de Lessa representam a
“opinião pessoal” dele. “O Exército brasileiro pauta sua atuação dentro
dos parâmetros legais balizados pela Constituição Federal e outras
normas que regem o assunto.”
O STF disse que não se manifestaria sobre o
caso. O caos pode ser instalado via Suprema Corte.
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