Ao contrário da História, que acontece como tragédia
e se repete como farsa, a mentira acontece e se repete como farsa
trágica. A história da prisão dos amigos de Temer (que, pelo jeito, logo
não terá nem com quem comentar A Família Adams) é exemplar: foi detida
uma das donas da empresa portuária Libra; foi detido o advogado José
Yunes, suspeito de fazer a ponte entre as portuárias e seu amigo Temer;
foi detido um dos donos da Rodrimar, outra portuária. Há investigações
sobre eles, mas há uns vinte anos se ouvem histórias sobre as boas
relações entre Temer e o porto. O alvo não é só Temer, em fim de
carreira. Há a Odebrecht, sempre ela. E quem assinou a lei que beneficia
a Odebrecht, Dilma Rousseff.
A história real começa lá por 2003, quando a Coimex comprou uma área
fora do porto para erguer um terminal. Era ilegal: terminal, só em área
de portos. A Coimex, com problemas, vendeu o terreno à Odebrecht, que
não deu bola para a ilegalidade.
Construiu um terminal de contêineres, o Embraport, sem investir um
centavo: o financiamento foi do FI-FGTS, estatal, com os menores juros
do país, no máximo 3% ao ano, e do BID, internacional, com garantia do
Governo.
Total, como levantou o repórter Cláudio Tognolli: R$ 1,8 bilhão, mais
US$ 768 milhões, numa obra que não podia ser usada. Inaugurou o
terminal em julho de 2013. E só em setembro Dilma assinou a lei que
autorizava portos em terrenos privados.
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