O Alzheimer começa anos antes de os pacientes apresentarem os
sintomas de perda de memória, dessa forma, a descoberta da doença antes
que as células cerebrais sejam afetadas é apontada como a chave para o
seu tratamento. Contudo, faltam métodos viáveis de diagnóstico precoce,
mas uma equipe internacional de cientistas liderada pelo japonês Koichi
Tanaka, Nobel de Química de 2002, está cada vez mais perto disso. Em
artigo publicado na “Nature”, eles revelaram um exame de sangue capaz de
detectar uma proteína relacionada com a doença com taxa de precisão de
90%.
— Os resultados do estudo serão base para avanços em várias
tecnologias médicas, incluindo o desenvolvimento de agentes terapêuticos
fundamentais — destacou Tanaka, pesquisador da corporação Shimadzu, ao
jornal japonês “Asahi Shimbun”.
Uma das características do mal de Alzheimer é o acúmulo de placas de
uma proteína conhecida como amiloide beta no cérebro. Hoje, existem
apenas duas técnicas capazes de identificar esses depósitos, mas elas
envolve exames de tomografia por emissão de positrões, procedimento caro
para o diagnóstico, ou a análise do fluido cefalorraquidiano,
considerado invasivo.
Na nova abordagem, os pesquisadores procuraram por sinais de
fragmentos da proteína na corrente sanguínea. E encontraram. Com o uso
de um espectrômetro de massa, Tanaka e seus colegas de universidades
japonesas e australianas conseguiram identificar no plasma proteínas
percursoras da amiloide beta. Com esses dados, eles conseguiram estimar
os níveis de concentração da amiloide beta no cérebro.
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