Bolso
cheio, eleitor feliz. Michel Temer reduziu a inflação e baixou a taxa
de juros ao menor nível da História recente. Por que o eleitor o
rejeita, mantendo sua candidatura no chão, apesar das boas notícias da
Economia?
Porque as notícias da Economia só são boas quando lidas. Aplicadas, a
coisa muda. É verdade que a taxa básica de juros é de 6,75% ao ano, mas
nos juros do cheque especial a taxa é de 324,7% ao ano (números
oficiais, do Banco Central). O cidadão não compra nada com a taxa
básica; usa a do cheque especial e é esfolado todos os dias. E, se a
taxa básica foi reduzida em 0,24% em 7 de fevereiro, a do cheque
especial subiu 1,7% em janeiro.
O eleitor usa também o cartão de crédito. Os juros são de 241% ao
ano. E, se o caro leitor estiver escandalizado com o aumento de juros do
cheque especial em janeiro, há coisa pior: a taxa do cartão de crédito
subiu 7,1% no mesmo período. Para ver se baixava esses números imorais, o
Banco Central determinou que os juros do cartão de crédito fossem
cobrados só no primeiro mês. O valor da dívida será então pago em
crédito parcelado. Mas quanto custa essa nova modalidade? Outro
escândalo: 171,5% ao ano.
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