O juiz federal Sérgio Moro, da 3ª Vara Criminal
de Curitiba (PR), durante o XII Simpósio Brasileiro de Direito
Constitucional - 26/05/2016
O juiz Sérgio Moro, da Lava
Jato, mandou anular nesta sexta-feira o pedido da Polícia Federal ao
Ministério de Transparência e Gestão para levantar os cem maiores
receptadores/captadores de recursos via Lei Rouanet, divulgado pelo
jornal O Estado de S. Paulo nesta manhã.
O
magistrado apontou em sua decisão que a apuração, "se pertinente", deve
ser feita em um inquérito à parte na Lava Jato e com "objeto definido"
para evitar tumultuar a investigação. Ainda de acordo com Moro, a
solicitação precisa antes de uma autorização judicial dada por ele. O
ofício encaminhado na segunda-feira ao ministério foi repassado
diretamente pelo delegado Eduardo Mauat, da força-tarefa da Lava Jato.
A Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor (PTC/AL), em 1991.
A
legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por
meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Na
prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa privada
direcione parte do dinheiro que iria recolher para gastar com impostos
para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para
receber recursos.
O delegado
da PF pede ao Ministério da Transparência que detalhe os valores
recebidos pelos cem maiores beneficiários naquele período discriminando a
origem (Fundo Nacional de Cultura ou Fundos de Investimento Cultural e
Artístico), os pareceristas responsáveis por aprovar a liberação de
verbas e também se houve prestação de contas dos projetos aprovados.
O
pedido do delegado da Lava Jato foi feito no inquérito principal da
operação, aberto em 2013 para investigar quatro grupos de doleiros e que
acabou revelando um megaesquema de corrupção na Petrobras e em outras
estatais e áreas do governo federal envolvendo as maiores empreiteiras
do país.
Na solicitação, o delegado não informa quais as suspeitas estão
sendo apuradas ou mesmo qual a linha de investigação que possa envolver
iniciativas que captaram recursos via Lei Rouanet.
O Ministério da Cultura informou que não foi procurado pela PF.
(Com Estadão Conteúdo) - VEJA.com
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