Ele pedia um milhão de reais ao procurador da Lava Jato, acusando-o de danos morais.
O juiz Carlo Mazza Britto Melfi negou o pedido e, ainda por cima, desmascarou a manobra eleitoral do condenado, dizendo:
“O ex-presidente busca reparação moral independente dos fatos
apurados pelo procurador da República, demonstrando preocupação com o
meio de divulgação das informações, em detrimento de seu conteúdo.”
E mais:
“Deu-se maior relevo à própria convocação da imprensa para fins de
informação, do que à veracidade ou não dos fatos imputados, de profunda
gravidade e repercussão.”
No documento reproduzido pelo Estadão, o juiz Carlo Mazza Britto
Melfi destaca que, “sendo uma figura pública, o autor teria acesso aos
mesmos veículos midiáticos para se defender”.
E também:
“Tem-se tornado comum, no decorrer da
persecução penal dirigida à punição de pessoas de maior notoriedade, a
realização de entrevistas, declarações e notas dirigidas à imprensa, o
que não é privilégio do órgão incumbido da acusação.”
O juiz notou que Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, adota a mesma estratégia:
“Os próprios advogados, há tempos, têm se valido da mesma estratégia,
por vezes por meio de notas de repúdio, esclarecimentos ou cartas
abertas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário