O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-ministro do governo
Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, sugeriram a correligionários que
o PT faça um acordo de “leniência partidária”. Segundo relatos de
pessoas que estiveram com os petistas no último mês, a ideia teria
surgido do próprio Dirceu e foi apresentada ao menos a dois deputados do
partido e a dois advogados.
De acordo com a Folha de São Paulo, a proposta seguiria o modelo de
leniência feito por empresas, em que elas assumem crimes e são
condenadas a pagar multas. Em troca, mantêm a possibilidade de fazer
contratos com o governo e seus executivos podem aderir ao acordo, com
diminuição de pena ou até perdão judicial. A maior diferença entre
leniência e delação é que a primeira é feita com empresas, e a segunda,
com pessoas físicas.
Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), apenas a
possibilidade de um acordo de leniência com o PT por si só já é um
“atestado de óbito” do partido. “Uma sigla que se estabeleceu e foi
fundada sob o modelo da ética e da moralidade, mas que, no momento em
que alcança o poder, fez justamente o contrário do que pregava. Nunca se
viu na história do país tanto aparelhamento, patrimonialismo e
corrupção institucionalizada em nome de um partido político. O PT
inovou, passou a fazer os processos em nome de um projeto de perpetuação
de poder”, explicou.
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