Os dois principais líderes do PSDB evitaram ataques mais duros
nesta quinta-feira (15) ao ex-presidente Lula, denunciado na operação
Lava Jato. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio
Neves não comentaram as acusações do Ministério Público Federal nem as
respostas do petista.FHC afirmou ver com cautela as acusações do MPF.
Para ele, é necessário aguardar a decisão da Justiça.
"Sou uma
pessoa cautelosa. Preciso saber o que o Judiciário diz. Uma coisa são as
acusações. Depois há o processo de provas para ver o que é errado",
disse ele, após encontro com o candidato tucano à Prefeitura do Rio,
Carlos Roberto Osório (PSDB).
O ex-presidente não comentou as
declarações de Lula, para quem a denúncia é uma forma de tirá-lo das
eleições presidenciais de 2018.
"O presidente Lula passa por um
momento difícil. O que ele diz não vou contestar. Não cabe a mim ficar
fazendo comentário sobre o que ele disse ou deixou de dizer. É o momento
de ele estar desabafando. É sempre de lamentar que uma pessoa com a
trajetória do presidente Lula tenha chegado a esse momento de tanta
dificuldade", disse o ex-presidente tucano.
Aécio seguiu linha
semelhante ao afirmar que deixará que "o ex-presidente tenha tempo para
responder àqueles que o irão inquirir a partir de agora, que é a
Justiça". O senador, presidente do PSDB, criticou porém o tom político da
resposta do petista.
"O único equívoco que vejo, e não é de
agora, é sempre que ele se vê em dificuldades tentar transferir a outros
responsabilidades que são suas. Com a [ex-]presidente Dilma foi a mesma
coisa. Não há mea culpa, reconhecimento de que cometeram equívocos
graves, ilegalidades. A resposta acaba caminhando para o jogo político. É
natural, mas é pouco relevante nessa hora."
Fernando Henrique
afirmou não ter ficado feliz com o impeachment. Para ele "o bom para a
democracia é que os governos cheguem até o fim". Mas disse que
desrespeito à Constituição e a paralisia do governo culminaram com a
queda de Dilma.
Para ele, a cassação de mandato do ex-presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), "é um fator menor". "Não
tem consequências históricas maiores." (Com informações da Folhapress)
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