Em eleições municipais o debate eleitoral gira em
torno, normalmente, dos problemas do dia a dia dos cidadãos, como a
falta de asfalto das ruas, a infraestrutura dos bairros e das cidades.
Este ano, contudo, os temas locais têm disputado espaço com a
repercussão das investigações da Operação Lava Jato, o impeachment da
presidenta Dilma Rousseff, a cassação do deputado Eduardo Cunha,
ex-presidente da Câmara dos Deputados, e a denúncia do Ministério
Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O resultado disso, na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência
Brasil, é o aumento da desconfiança do eleitor em relação aos partidos
políticos e na política como um todo. Neste cenário, estudiosos do
processo eleitoral preveem um alto índice de abstenção, crescimento do
voto nulo e o fortalecimento dos candidatos “antipartidários”.
“Há um descrédito total das pessoas nos partidos político. Pela
experiência que eu tenho, dificilmente alguém, tirando os militantes
mais identificados, vai votar pela escolha partidária. A população em
geral está desacreditada dos partidos políticos. A tendência vai ser a
opção pelo voto carismático, na pessoa, que é o voto efetivamente
pessoal”, avalia o professor de direito eleitoral da Fundação Getúlio
Vargas (FGV-RJ) Marcos Ramayana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário