Frustraram-se os que acreditavam que a prisão do ex-presidente Lula
levaria as massas revoltadas às ruas. Mas erraram também redondamente os
que achavam que, com Lula preso – e cumprindo pena claramente exagerada
por receber favores de empreiteiros num triplex classe média do Guarujá
– iriam se livrar dele e a vida seguiria normal.
Dois meses depois, fica claro que não é assim. Além das consequências
político-eleitorais mais óbvias, o encarceramento do ex-presidente mexe
em camadas profundas da opinião pública e em valores que norteiam
percepções e decisões da sociedade em relação à política. Resumindo:
mudou a altura do sarrafo, e a exigência em cima da punição de outros
políticos, inclusive presidentes e ex-presidentes, fica redobrada.
Não fosse assim, Fernando Henrique Cardoso não estaria hoje em
destaque em todos os noticiários por ter, lá nos idos de 2010, mandado
e-mail a Marcelo Odebrecht pedindo que a empreiteira contribuísse para a
campanha de dois correligionários candidatos ao Senado: Antero Paes de
Barros (MT) e Flexa Ribeiro (PA).
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