sábado, 9 de junho de 2018

Pesos e medidas da delinquência presidencial


Frustraram-se os que acreditavam que a prisão do ex-presidente Lula levaria as massas revoltadas às ruas. Mas erraram também redondamente os que achavam que, com Lula preso – e cumprindo pena claramente exagerada por receber favores de empreiteiros num triplex classe média do Guarujá – iriam se livrar dele e a vida seguiria normal.
Dois meses depois, fica claro que não é assim. Além das consequências político-eleitorais mais óbvias, o encarceramento do ex-presidente mexe em camadas profundas da opinião pública e em valores que norteiam percepções e decisões da sociedade em relação à política. Resumindo: mudou a altura do sarrafo, e a exigência em cima da punição de outros políticos, inclusive presidentes e ex-presidentes, fica redobrada.
Não fosse assim, Fernando Henrique Cardoso não estaria hoje em destaque em todos os noticiários por ter, lá nos idos de 2010, mandado e-mail a Marcelo Odebrecht pedindo que a empreiteira contribuísse para a campanha de dois correligionários candidatos ao Senado: Antero Paes de Barros (MT) e Flexa Ribeiro (PA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário