O general Ernesto Geisel governou o Brasil de 1974 a 1979
Foto: Felipe Varanda/Acervo do Museu da República
O general João Batista Figueiredo governou o Brasil de 1980 a 1984
Documentos secretos desclassificados pelo Departamento de Estado norte-americano revelam que o general Ernesto Geisel, ao assumir o governo, decidiu manter a política de execuções de subversivos de seu antecessor, Médici. Mas com cautela.
A informação consta de um memorando do então chefe da CIA, William Colby, para o secretário de Estado, Henry Kissinger.
Colby fala de um encontro, em 30 de março de 1974, entre Geisel e os generais Milton Tavares e Danton Avelino – que se revezaram no comando do Centro de Informações do Exército (CIE). Também estava presente João Baptista Figueiredo, então chefe do SNI.
Miltinho fez um balanço das atividades do CIE contra
a subversão comunista na gestão do general Emilio Garrastazu Médici.
Pelo menos 104 subversivos haviam sido executados pelo CIE em pouco mais
de um ano.
Segundo ele, “o Brasil não poderia ignorar a ameaça terrorista e
subversiva e que ‘métodos extralegais’ deveriam continuar sendo
empregados”. Figueiredo endossou a posição do colega.
Geisel, por sua vez, comentou sobre a seriedade e os aspectos
prejudiciais dessa política e disse que queria refletir sobre o assunto
durante o fim de semana, antes de qualquer decisão. No dia 1 de abril, o
presidente autorizou Figueiredo a manter as execuções, mas pediu que
tomasse mais cuidado para garantir que apenas subversivos perigosos
fossem executados.
Os dois concordaram que, quando o CIE prendesse alguém enquadrado
nessa categoria, deveria consultar Figueiredo, no SNI, que ficaria
responsável pela ordem de execução. Ficou estabelecido ainda que o CIE
deveria dedicar-se absolutamente à subversão interna, sob a coordenação
geral de Figueiredo.
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