A testemunha disse que decidiu procurar a Polícia Federal para contar o que sabe porque está jurada de morte pelo miliciano Orlando Oliveira de Araújo, que cumpre pena na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9.
Segundo o delator, Orlando acredita que sua prisão no ano passado,
feita pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria Segurança, pela
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e pela
Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), é resultado de uma denúncia
feita por ele.
O delator admitiu que instalava TV a cabo clandestina com dois
policiais militares na comunidade da Boiúna, em Jacarepaguá. Até que
Orlando assumiu todo o controle da favela há cerca de dois anos,
obrigando a testemunha a trabalhar para a quadrilha. Segundo ele, a
milícia na Boiúna fatura R$ 30 mil por mês com a exploração de
“gatonet”, venda de gás e mototáxis.
O GLOBO acompanhou o caso do delator desde o início.
Em 24 de abril, ele e o seu advogado foram à Superintendência da
Polícia Federal, na Praça Mauá. Alegou que não confiava na Polícia
Civil. Quando o delator contou os detalhes por trás do crime de
Marielle, a PF decidiu acionar o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da
Polícia Civil. No dia 30 de abril, com a garantia de que receberia
proteção, a testemunha prestou o primeiro depoimento ao delegado Giniton
Lages, da Divisão de Homicídios (DH), responsável pelas investigações
do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
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