domingo, 12 de março de 2017

FOI NOTICIA: ITAMAR E ALUIZIO ALVES DEFENDEM TRANSPOSIÇÃO DO RIO SAO FRANCISCO

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Aluízio Alves considera a transposição essencial para garantir o abastecimento de água no Nordeste

Se como presidente da República ele deu total apoio ao então ministro da Integração Regional, Aluízio Alves, para desenvolver o projeto da transposição do rio São Francisco, não seria como governador do Estado de Minas Gerais que ele se oporia ao projeto. Foi isso o que deixou evidenciado o governador Itamar Franco, ao dar depoimento ontem à tarde na comissão especial da Câmara que discute o projeto. "Mesmo sendo Minas responsável por 70% das águas do rio São Francisco, o Estado não é dono do rio", disse o governador.
"Se Minas, que tem a maior parte do rio e será apenas doadora apoia o projeto, por que outros Estados hão de ser contra?". A pergunta ficou implícita nos inúmeros elogios que os participantes do Grupo de Estudos da Transposição do rio São Francisco na Câmara fizeram à postura do governador mineiro. Até Haroldo Lima (Pcdo-BA), um dos deputados que mais criticam o projeto, parabenizou a idéia de Itamar, mas fazendo ressalvas. "Paralelo a esse debate temos que barrar a privatização da Chesf e lutar pela transposição do Tocantins. Pois não queremos água só para beber, queremos industrializar o Nordeste", disse.
Itamar Franco lembrou ainda que o Estado é responsável por 50% da água atualmente consumida pelo Nordeste. A audiência pública da Comissão Especial durou três horas e meia. Além do governador Itamar Franco, participaram dos debates o ex-ministro Aluízio Alves e o atual secretário nacional de infraestrutura hídrica, Rômulo Macedo, do ministério da Integração Nacional. Ele foi um dos responsáveis pelo projeto original e atualmente é o gerente do projeto em fase de conclusão. Coube a Rômulo explicar as alterações previstas no projeto atual, cujas obras têm início programado para o segundo semestre deste ano.
O ex-ministro Aluízio Alves fez uma retrospectiva do projeto reivindicado há mais de 150 anos pelos nordestinos. Ele criticou os parlamentares que se opõem a obra e defendeu o uso racional e múltiplo do rio São Francisco.
Segundo Aluízio, o projeto atual deve ser executado e, no futuro, poderá ser feita a integração das bacias do São Francisco com a do Tocantins. Pelo projeto em discussão, a vazão de 70m3 por segundo atenderia a demanda dos Estados beneficiados com a transposição. Depois poderíamos pensar na integração de outras bacias.
Aluízio Alves lembrou ainda que teve apenas seis meses para elaborar o projeto e deixou tudo pronto para as licitações no final do governo Itamar Franco. Até os editais estão incluídos nos 228 volumes do projeto. Depois vieram as ações judiciais. Foram sete ao todo, uma deles movida pelo atual ministro da Previdência Social, Valdeck Ornelas, do PFL da Bahia.
Além do deputado Henrique Alves, que preside a comissão, participaram da audiência os deputados Betinho Rosado e Lavoisier Maia, do PFL, Múcio Sá e o senador Agnelo Alves, ambos do PMDB. Betinho elogiou as declarações do ex-presidente Itamar Franco e salientou o empenho do ex-ministro Aluízio Alves na elaboração do projeto.
Para o presidente da comissão, Henrique Alves, depois do debate, a comissão tomou outro rumo, já que o apoio de Minas Gerais significa um grande avanço no debate travado entre os parlamentares.

Fonte: Tribuna do Norte, 01/03/2000





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